Por Dr. Cauê Attab – Médico Psiquiatra | CRM-RS 41859 | RQE 34806
Quando a dopamina joga contra a gente
A dopamina costuma ser lembrada como o “neurotransmissor do prazer”. Ela está envolvida em recompensas, motivação e no impulso que sentimos para buscar algo que nos interessa. Porém, quando esse sistema fica desregulado, a mesma dopamina que deveria nos ajudar pode se transformar em uma armadilha.
O lado brilhante da dopamina
Nosso cérebro é programado para buscar recompensas. Cada vez que alcançamos uma meta, comemos algo saboroso ou recebemos uma mensagem positiva, a dopamina entra em ação. Esse mecanismo foi essencial para a sobrevivência da nossa espécie, porque nos motivou a procurar alimento, socialização e segurança.
Quando o sistema recompensa sai do controle
O problema começa quando estímulos modernos exploram esse circuito de forma intensa. Jogos, redes sociais, compras online, pornografia, substâncias e até a busca por novidades constantes podem gerar descargas rápidas e repetidas de dopamina. Isso cria um ciclo de antecipação e frustração: quanto mais buscamos, menos satisfação real sentimos.
É como se a dopamina deixasse de ser aliada e passasse a nos manter presos a comportamentos que drenam energia e aumentam ansiedade, compulsões ou vícios.
Exemplos de situações comuns
• Apostas e jogos online: promessas rápidas de recompensa que ativam o circuito de prazer, mas levam a perdas financeiras e emocionais.
• Redes sociais: cada notificação ou curtida oferece um “pico” breve de dopamina, reforçando o hábito de checar o celular compulsivamente.
• Comportamentos compulsivos: compras, alimentação, pornografia ou até exercícios em excesso podem se tornar formas de “buscar dopamina” sem equilíbrio.
O impacto na saúde mental
Quando ficamos presos nesse ciclo, aumentam os riscos de ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldades de concentração. O cérebro começa a exigir estímulos cada vez mais fortes para gerar prazer, reduzindo a sensibilidade às pequenas alegrias do dia a dia.
Como recuperar o equilíbrio
• Consciência: perceber os momentos em que você age por impulso e não por escolha.
• Limites: criar barreiras práticas, como tempo de uso das redes sociais ou regras para compras.
• Novos hábitos: buscar prazeres saudáveis e consistentes, como atividade física, meditação, contato social de qualidade e hobbies criativos.
• Ajuda profissional: quando o ciclo se torna difícil de controlar sozinho, o acompanhamento psiquiátrico e psicológico é essencial para recuperar a autonomia.
Reflexão final: A dopamina não é vilã, mas pode se tornar uma armadilha quando deixamos que guie nossas escolhas sem consciência. O segredo está em retomar o controle e transformar o sistema de recompensa em um aliado da nossa saúde mental.
Agosto, 2025
Por Dr. Cauê Attab – Médico Psiquiatra | CRM-RS 41859 | RQE 34806
Muita gente acha que TDAH é coisa de criança. Mas o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade também afeta adultos e pode causar muito impacto na vida pessoal e profissional.
Como o TDAH aparece em adultos?
Os sintomas mais comuns incluem:
• Dificuldade para manter o foco
• Procrastinação frequente
• Esquecimentos
• Impulsividade
• Problemas para organizar tarefas e cumprir prazos
• Oscilações de humor
Muitas pessoas passam anos sem diagnóstico, achando que são “desorganizadas demais” ou “sempre atrasadas”.
Tem tratamento?
Sim! O tratamento pode incluir:
• Medicação
• Psicoterapia (como TCC)
• Estratégias de organização e rotina
Com o acompanhamento certo, é possível viver bem e com mais leveza.
TDAH não é preguiça é neurobiologia.
Se você se identifica com esses sintomas, procure um profissional. Conhecer o diagnóstico pode ser o primeiro passo para mudar sua história.
Agosto, 2025
Por Dr. Cauê Attab – Médico Psiquiatra | CRM-RS 41859 | RQE 34806
Cuidar da saúde mental vai muito além de prescrever medicamentos.
Envolve escuta qualificada, conhecimento técnico, empatia e, sobretudo, responsabilidade com a vida do outro.
Nos últimos anos, com o crescimento das redes sociais e o avanço de novas abordagens terapêuticas — como o uso de cannabis medicinal na psiquiatria temos observado um fenômeno preocupante: a banalização da prescrição médica por profissionais sem formação adequada.
Medicina canabinóide: promissora, mas não simplista
A cannabis medicinal, quando bem indicada, pode ser uma aliada importante no tratamento de condições como ansiedade, insônia, dor crônica, entre outras.
No entanto, seu uso exige conhecimento aprofundado da fisiologia do sistema endocanabinóide, farmacologia e, principalmente, uma análise clínica individualizada.
Prescrever sem essa base é negligente — e pode colocar a saúde do paciente em risco.
O perigo das promessas fáceis
Muitos pacientes chegam ao consultório após passarem por profissionais que prometeram “cura natural”, “tratamento sem efeitos colaterais” ou “resultados rápidos com cannabis”.
É fundamental entender que não existem soluções mágicas em medicina.
Todo tratamento deve ser individualizado, baseado em evidências científicas e conduzido com critérios éticos.
Como identificar um profissional sério?
Antes de iniciar qualquer tratamento, principalmente com substâncias que atuam diretamente no sistema nervoso, informe-se:
• Verifique a formação do profissional
• Pesquise seu registro no CRM
• Entenda quais abordagens ele utiliza
• Converse com pacientes atendidos anteriormente
• Questione sobre os riscos, limitações e alternativas ao tratamento propost
Psiquiatria baseada em ciência e humanidade
Como psiquiatra, entendo que cada paciente carrega uma história única, e o tratamento precisa respeitar essa singularidade.
Seja com medicações convencionais, nutracêuticos ou cannabis medicinal, a decisão terapêutica deve ser sempre guiada por evidências e responsabilidade.
Sua saúde merece ser tratada com seriedade, ética e acolhimento.
Desconfie de atalhos e promessas fáceis.
Procure profissionais que valorizam a ciência e acima de tudo, a sua história.
Julho, 2025
Por Dr. Cauê Attab – Médico Psiquiatra | CRM-RS 41859 | RQE 34806
Você provavelmente já ouviu falar da cannabis medicinal. Mas afinal, o que é isso? É seguro? Funciona mesmo? Vamos descomplicar o assunto!
O que é a cannabis medicinal?
Cannabis medicinal é o uso terapêutico dos compostos da planta Cannabis sativa, principalmente o CBD (canabidiol) e o THC (tetra-hidrocanabinol), em tratamentos médicos. Esses compostos são chamados de fitocanabinoides e interagem com o sistema endocanabinoide do nosso corpo — um sistema que ajuda a regular funções como sono, humor, apetite, dor e inflamação.
E para que serve?
A ciência tem avançado bastante nesse campo. Aqui estão algumas indicações com embasamento em estudos científicos:
• Dor crônica: Estudos mostram que o uso de cannabis pode ajudar a aliviar dores persistentes, inclusive dores neuropáticas.
• Ansiedade e insônia: O CBD tem mostrado efeito ansiolítico e melhora da qualidade do sono em alguns pacientes.
• Epilepsia: Principalmente em casos resistentes ao tratamento convencional, como na síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut.
• Transtornos neurológicos: Pacientes com Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla podem se beneficiar do uso, principalmente no controle de espasticidade e dor.
• Transtornos psiquiátricos: Há estudos em andamento sobre o uso do CBD para depressão resistente, TEPT e até esquizofrenia, sempre com acompanhamento médico.
• Náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia: O THC pode ajudar bastante nesses casos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.
Mas tem estudo pra isso?
Sim! Nos últimos anos, centenas de estudos clínicos vêm sendo publicados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o CBD como seguro e com potencial terapêutico. Além disso, países como Canadá, Israel, EUA e até o Brasil já regulamentaram o uso medicinal com prescrição.
E os riscos?
Apesar de ser uma opção terapêutica promissora, a cannabis não é isenta de efeitos colaterais. O uso sem orientação pode causar sonolência, alterações de humor, tontura e, em alguns casos, piora de sintomas psiquiátricos. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.
Conclusão
A cannabis medicinal não é cura milagrosa, mas pode ser uma aliada poderosa no tratamento de diversos quadros quando usada com responsabilidade. O mais importante é ter acesso à informação de qualidade e contar com profissionais que compreendem esse tipo de tratamento.
Julho, 2025
Por Dr. Cauê Attab – Médico Psiquiatra | CRM-RS 41859 | RQE 34806
Em um mundo cada vez mais agitado, dormir bem virou quase um luxo. Mas a verdade é que o sono não é perda de tempo é autocuidado. Ele é um dos pilares fundamentais da saúde mental e, quando negligenciado, pode impactar profundamente o equilíbrio emocional, a memória, o humor e até o nosso corpo físico.
Durante o sono, o cérebro realiza funções essenciais: consolida memórias, regula hormônios, organiza emoções e promove recuperação física e mental. Dormir mal, por outro lado, nos deixa mais vulneráveis à irritabilidade, ansiedade, crises de pânico, depressão, alterações de apetite, dificuldade de concentração e tomada de decisões.
No consultório, é comum ouvir relatos como:
"Acordo já cansado."
"Minha cabeça não desliga."
"Durmo leve e acordo várias vezes."
Esses sinais, muitas vezes ignorados, são alertas do corpo. Eles mostram que algo precisa de atenção.
Transtornos do sono, como insônia, apneia ou sono fragmentado, não são apenas consequências de problemas emocionais muitas vezes são gatilhos e agravantes deles. Por isso, o sono precisa ser tratado com a mesma seriedade com que cuidamos da alimentação, da saúde física ou da prática de exercícios.
Como psiquiatra, trabalho com uma abordagem integrada: entender o que está por trás do distúrbio do sono, avaliar hábitos, ambiente, níveis de estresse, padrões emocionais e, se necessário, utilizar terapias específicas, medicações pontuais ou práticas complementares.
Dormir bem é investir em clareza mental, estabilidade emocional e qualidade de vida.
Se o seu sono anda prejudicado e você sente isso afetando sua rotina, seu humor e sua saúde, busque ajuda. Tratar o sono é também tratar você por inteiro.
Junho, 2025
Por Dr. Cauê Attab – Médico Psiquiatra | CRM-RS 41859 | RQE 34806
Emagrecer vai muito além de contar calorias ou seguir dietas restritivas. É, acima de tudo, um processo que envolve mente e corpo. E é justamente por isso que muitos pacientes me procuram: não é apenas uma questão de saber o que fazer, mas sim de entender por que é tão difícil manter o equilíbrio, por que o efeito sanfona insiste em voltar, ou por que a ansiedade e a compulsão alimentar atrapalham tanto.
A relação com a comida é profundamente emocional. Muitas vezes, comemos para aliviar tensões, para preencher vazios ou como forma de recompensa. Outras vezes, o ciclo da culpa aparece logo após a refeição, gerando angústia e frustração. Isso desgasta o corpo e abala a autoestima. Emagrecer, nessas circunstâncias, exige um olhar mais profundo.
Na psiquiatria, abordamos o emagrecimento de forma integral. Isso significa considerar:
Muitas vezes, tratar a ansiedade, o humor ou a compulsão pode ser o primeiro passo para um emagrecimento saudável e sustentável. Não há atalhos, mas existem caminhos mais gentis e eficazes. O foco deve estar em consistência, saúde mental, autocuidado e reconexão com o próprio corpo.
Se você já tentou de tudo e ainda assim sente que algo trava seu processo, talvez seja hora de olhar para dentro. Com apoio profissional e um plano personalizado, é possível emagrecer sem sofrimento, com mais leveza, consciência e respeito ao seu tempo.
Lembre-se: você não precisa enfrentar isso sozinho. Estou aqui para ajudar.
Junho, 2025
Por Dr. Cauê Attab – Médico Psiquiatra | CRM-RS 41859 | RQE 34806
Falar sobre ansiedade é falar sobre algo que todos nós sentimos. Ela faz parte do nosso sistema de alerta, nos ajuda a nos proteger, a nos preparar para desafios e a reagir a situações de risco. Sentir ansiedade antes de uma prova, de uma apresentação ou de uma mudança importante é absolutamente normal. O problema surge quando esse estado de alerta passa a ser constante, intenso e desproporcional ao que está acontecendo ao nosso redor.
Muitas pessoas chegam até mim com sintomas que já fazem parte da rotina há meses (ou anos), e nem percebem que estão enfrentando um transtorno de ansiedade. O corpo dá sinais: cansaço excessivo, insônia, palpitações, tensão muscular, dificuldades para respirar, sensação de aperto no peito, pensamentos acelerados ou medo constante de que algo ruim vai acontecer. A mente vive no futuro, sempre antecipando problemas. Isso desgasta, sobrecarrega e impede a pessoa de viver o presente com leveza.
A boa notícia é que ansiedade tem tratamento. E quanto antes você buscar ajuda, melhor. O primeiro passo é reconhecer que aquilo que está sentindo não precisa ser carregado sozinho. A psiquiatria oferece recursos seguros e eficazes para ajudar a restaurar o equilíbrio emocional — seja por meio de medicação, psicoterapia ou mudanças no estilo de vida.
O tratamento é individualizado. Não existe uma fórmula pronta, porque cada pessoa tem uma história, um jeito de sentir e de reagir. No meu consultório, costumo dizer que cuidar da saúde mental é um ato de coragem. É dar um passo em direção a si mesmo, com acolhimento e sem julgamento.
Se você está se sentindo ansioso com frequência, ou se percebe que sua ansiedade está afetando sua qualidade de vida, seus relacionamentos e sua produtividade, não espere mais. Buscar ajuda é um sinal de maturidade e autocuidado.
Estou aqui para caminhar com você nesse processo.
Junho, 2025